Após o último acontecimento, Jasper comprou um fardo de bebidas e nos sentamos em uma mesa de concreto, o vento noturno carregava o cheiro de maconha. Toda a praça iluminada pela luz rosa fraca do céu, os postes não haviam acendido ainda, a praça que antes borbulhava com ruídos, estava agora mais vazia.
Estávamos sentados em uma mesa de concreto cheia de garrafas em cima conversando e jogando conversa fora, observando os transeuntes que se arriscavam a entrar para dentro da praça ao invés de sair.Enquanto restava metade da minha segunda garrafa de cerveja, Jasper empunhou sua adaga começou a falar algo interessante:
— Eric. — Me chamou, girando a adaga entre os dedos, virei para ele. — A violência é o maior motor da história.
Fiquei calado.
— Sabe, acredito que como eu, você sentia-se vivo apenas praticando a violência, não é? Como se a violência confirmasse sua existência ao universo. — Ele disse e deu um gole na bebida, permaneci atento ouvindo. A lâmina brilhava.
Eu já havia matado antes, de formas que fariam qualquer um vomitar, mas por algum motivo algo dentro de mim hesitava quando Jasper falava daquilo com tanto fervor.
— Ah vai, você sabe que estou certo. — Jasper disse rindo, debochando do meu rosto que estava sério. — O que somos sem a violência? Olhe para tudo que fez.. Quantas almas você mandou pro inferno? Acha que dá pra voltar atrás? — Mesmo falando isso, conseguia expressar um sorriso infantil.
Talvez fosse Claryce me manipulando.. Manipulando?
Depois de tanto sangue, eu não sentia mais tanta excitação, apenas o peso.
— Acho que você está hesitando. — Jasper continuou, sorrindo. — Sabe o que fazemos com dúvidas? Nós as esmagamos.
Jasper se despediu e foi embora, me deixando agora, só, sentado na cadeira.

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