Capítulo 2
“Eu sei o por que se sente assim..
Por que odeia o mundo..?
Você deveria parar de ter esse sentimento sobre o mundo..
Você sabe o que fazer..
Você já queimou toda ponte..
Que tal terminar o que começou?”
Foi o que disse uma voz quase angelical antes de eu despertar do meu sono de tempo indefinido. Sem abrir os olhos eu me sento na cama e no mesmo momento percebi uma dor aguda na costela direita.
A noite passada definiu a maioria dos meus dias, irmãos. A violência me dá o sentimento que estou vivo e confirma minha existência ao universo. Porque a existência sem contribuição é fútil.
Depois de refletir se realmente devo despertar, abro os olhos e coloco a cabeça entre os cotovelos. A primeira piscada após acordar é a pior, meus olhos ardem.
Pelo ruído que ouço a menos de 10 passos, minha mãe está em casa e está mexendo no fogão, possivelmente esquentando o café da manhã.
Mãezinha sempre arruma tudo em casa por conta do seu transtorno obsessivo compulsivo ou “TOC”, não entendo muito sobre o assunto mas ela falou para eu não me preocupar.
Hoje é dia de checar os dentes no médico de dentes ou dentista. Eu não me importo com isso, mas a Senhora Mãe me obrigou a ir lá.
Ainda estou com as roupas de ontem, devia estar com muito sono para nem tirar elas. Oh Deus, que saco, eu não estou afim de levantar.
Mesmo pensando seriamente em voltar a dormir, me equilibro no solo e tento me acordar dando um belo tapa no meu rosto.
Minhas botas estão machucando muito meus pés então eu as tiro e coloco na cama., quase caí. Eu devo trocar essas botas, estou usando elas desde o ano passado. Eu lembro do dia que comprei, tinha acabado de tomar o “cartão de crédito” de uma senhora.
A vida funciona assim, os fortes permanecem. Eu sou o senhor e eu sou o forte. Quando quero algo, roubo. Quando não roubo, mato. É simples assim, as pessoas se complicam muito na TV.
Abro gentilmente a porta do meu quarto, coloco a cabeça pra fora e olho pros lados. Do lado direito, a sala, do lado esquerdo a mini-cozinha onde a mãe está sentada esperando algo ficar pronto no fogão.
— Bom dia mãe! — Falei tirando os pés pra fora do quarto. — Como vai a senhora?
— Bom dia. — Me respondeu olhando com indiferença e desdenho e logo desviando o olhar mórbido.
As vezes sinto que ela me odeia, desde meus 10 anos eu nunca tive um diálogo sério com ela, no máximo um “Bom dia” “Boa noite” ou um sermão daqueles de mãe.
Meu pai não está em casa, ele trabalha como segurança em um lugar que não conheço, ele e minha mãe não se amam mais como antes.
Eu não vejo o por que eles não se divorciaram, eles apenas se machucam e brigam. Mas fodasse isso, eu nunca dependi deles para nada.
Meu primeiro crime foi com 13 anos, eu estava aprendendo a subir na cadeia alimentar. Eu tinha acabado de completar 13 quando espanquei um senhor de idade para pegar os pertences dele.
Depois disso foi de mal a pior, meus crimes apenas aumentaram a frequência e intensidade. Nunca fui pego, claro. Eu sou um fantasma, uma sombra, ninguém suspeitaria de mim.
Andei até o banheiro, minha mãe nem fez questão de responder minha pergunta. Me olhando no espelho percebi que estou no auge da idade. Alto, forte e bonito.
Há uma coisa que talvez desvalorize minha aparência, meu rosto é um tanto desarmônico, meu olho direito é extremamente caído, minha pálpebra cobre parte dele.
Isso é genético, pois o senhor Pai também possui esse problema. Puxei o cabelo pra trás e taquei água da torneira no meu rosto. Parece que agora sim estou acordado, bom dia a todos, irmãos.
Olhando no relógio de pulso são 09:21, minha consulta com o médico de dentes ou dentista são as 10 em ponto. Estou atrasado.
Tirei minhas roupas e analisei meu corpo no espelho, o espelho é pequeno e redondo então não consigo ver muita coisa. Mas percebo claramente que tenho um hematoma na costela direita.
Como isso veio parar aqui? Eu não lembro da maioria das coisas de ontem a noite, eu lembro daqueles seios adolescentes e do nerdzinho ensanguentado.
Ligo o chuveiro e deixo cair água sobre o meu corpo, a água é fria e consigo sentir muito bem isso. Eu não vou lavar o cabelo, apenas molhar.
Eu acho necessário tomar banho de manhã, sempre faço isso. Ainda mais hoje que tenho uma consulta. Irei a pé pois minha mãe parece muito ocupada.
O banheiro da minha casa tem os mesmos azulejos brancos clichês de todo banheiro, o sol ilumina o banheiro inteiro pela pequena janela superior.
Os raios de sol atravessam a camada de vidro e se projetam na parede, isso deixa o banheiro claro. Eu acho isso muito bonito, é gratificante observar os pequenos detalhes.
Deixo entrar um pouco de água na minha boca e logo cuspo, apenas para tirar o cheiro da manhã da minha boca. Eu não vou escovar os dentes, o dentista sempre faz isso por mim.
Tem algumas roupas no cesto, eu deixo no cesto as roupas que eu consegui no brechó daqui de Londres. São pobres mas são roupas.
Enfio a mão no fundo e pego uma camisa preta tipo de banda, escrito “Sex Pistols”, mas nunca ouvi essa banda estampada. Também puxo um jeans azul escuro, não é o dobro do meu tamanho mas dá pro gasto.
Minhas chutadoras estão me esperando no quarto, eu jogo as roupas velhas no cesto de roupa suja, me seco usando uma toalha e visto as roupas que eu tirei do outro cesto.
No relógio de pulso já marca 09:35, eu pareço demorar muito na minha rotina. Logo saio do banheiro e entro no meu quarto, sento na cama e calço minha bota.
Apesar de machucar meus pezinhos, é uma boa bota. Tem o bico reforçado, boa pra chutar aqueles mendigos velhos asquerosos bêbados imundos e cracudos que ficam sentados em papelão no meio da calçada.
Hoje é sábado, por enquanto não preciso ir para a escola. Mesmo não prestando atenção nas aulas eu sempre tirei boas notas. Na escola eu não tenho amigos, na verdade, eu não tenho amigo nenhum além de você leitor.
Como hoje não está frio, irei sem jaqueta para a clínica dos dentes. Enfio meu canivete no bolso da calça e já saio marchando do apartamento, desço as escadas mas sou interrompido por uma senhora que esbarra em mim e quase cai.
— Olha por onde anda, velhota. — Digo empurrando ela no corrimão e percebo que ela não teve reação exceto por um suspiro desapontada com a juventude.
Eu estou pouco me fodendo (Com todo respeito) Para essas velhas e velhos, eles já estarão mortos em pouco tempo, então não preciso me preocupar com eles.
Saio do edifício marchando em direção a Rua Astastheran 16, a clínica de dentes onde fica o médico de dentes fica na rua Rua Varnaster 15.
É uma das veias de Astastheran 16.
Eu vejo de novo aquela pichação “The hollow men”, eu me pergunto quem são esses merdinhas perto de mim. Eu sou melhor que todos eles eu degolo todos eles eu mato todos eles.
Virando o Beco L’Écorce, para Astastheran eu sinto a presença de algo me observando, isso sempre acontece nessa esquina L’Écorce - Astastheran. Minha visão fica um pouco turva, eu olho pras minhas mãos e estão tremendo.
Será que estou ficando maluco? Será que é a consequência dos meus atos? Será que estou pagando por ontem a noite? Será? Será? Será?
“Você percebe, não percebe? Tudo está se desfazendo... As vozes são suas, mas não são mais suas. O que você escuta não é o mundo, é a sua alma implorando por mais.”
Minha cabeça sussurra isso no meu ouvido, estou suando frio, o que está acontecendo comigo?
Começo a perder minhas forças no meio da calçada, quando eu olho meu relógio os números parecem girar como um Caça-Níquel.
Meus pensamentos começam a queimar de tão rápidos e sem perceber, estou deitado na calçada.
Os pedestres passam olhando pra mim e não ligando pra minha situação, mas, mas, mas eu vou melhorar agora mesmo.
Eu só preciso de.. Um copo de água.. Eu.. Eu só preciso de.. Um copo de água..
Minhas mãos tremem, o mundo ao redor de mim parece estar girando, todos ao meu redor fazem parte dessa minha loucura.. Eles estão me controlando..
E sem perceber, eu volto a consciência. Mas isso realmente aconteceu? Eu realmente ouvi aquela voz sussurrando no meu ouvido?
Estou jogado na calçada, do lado de uma senhora velha cega com uma vasilha de moedas de meio euro.
— Senhora? Senhora? — Eu digo me levantando do chão, agora completamente são, como se nada tivesse acontecido. — És cega?
— Oh meu jovem! Finalmente uma boa alma que vai me dar um dinheirinho! Eu sou cega! — Ela diz chacoalhando a vasilha de moedas e sorrindo.
— Boa alma? Como assim? Eu falei que te daria alguma coisa sua velha imunda e gosmenta? — Falo em tom debochado e com a voz baixa para que os transeuntes não percebam nada de estranho. — Tem quanto dinheiro aí?
— O-Oque? Saia daqui pirralho, eu vou chamar meu marido! — Ela diz escondendo a vasilha e levantando um pauzinho
Sem expressão eu chuto o pauzinho, que vai parar no meio da rua e tomo a vasilha, tem 3 moedinhas dentro, enfio elas no bolso e sussurro no ouvido da velha:
— Fica bem quietinha, não faz nada estúpido ou eu te esfaqueio aqui no meio da calçada sua velha imunda
Não percebo a reação da velha mas arremesso a vasilha do lado dela e continuo meu trajeto, como se nada tivesse acontecido.
Já são 09:54, Oh Deus como eu sou lento. Mas pelo menos estou perto de Varnaster 15, eu atravesso Astastheran 16 sem olhar para os lados, eu não ligo caso seja atropelado por um carro ou caminhão, inclusive é meu desejo interno.
Minhas botas estão bem engraxadas, a ponta reflete a estrela da manhã reluzente como ouro líquido e o lindo firmamento azul como o mar sereno.
A casa dos dentes fica bem no meio da rua, enquanto ando, observo o Parque Semilong que tem uma porta de acesso nessa rua. É onde a elite vai pra se divertir fumando charutos e jogando golfe.
Nunca pisei lá, mas as grades pretas me permitem ver o grande campo verde de golfe que tem lá dentro. O segurança protege a entrada para que os pobres não entrem, acho que precisa de um cartão especial para pisar lá.
Quando percebi estava na frente da casa dos dentes, a grande placa escrita “Westminster Dental Care” indicava que era ali mesmo.
Era um edifício cinza de dois andares,arquitetura comum de Londres.
Abro a porta dupla com um empurrão, dou de cara com a secretaria e a secretária atrás de um balcão protegida por uma parede de vidro com um buraco para fala, as duas portas batem na parede e no momento eu entro no edifício.
É simples, um papel de parede amarelado com flores, uma TV passando as notícias mais atuais do momento e algumas cadeiras acolchoadas encostadas na parede e tem um vaso marrom com um cacto no canto.
— Com licença. — Digo fechando a porta e me dirigindo pra frente do balcão da secretária — Uma consulta com o.. Doutor.. Dentista.
— Qual o seu nome?
— Eric, senhora.
— Então.. Pelo visto não tem consultas marcadas para hoje — Ela disse com ar arrogante após fingir checar os papeis com aquela mão gordurosa de secretária dela. — Mais alguma coisa?
— Então, ô vagabunda, vê esse papel aí direito fazendo o favor. — Falei em tom sarcástico e abrindo um grande sorriso amarelado.
Após isso, a gordinha ficou assustada e observou bem o papel da consulta, fingiu surpresa em ver meu nome lá e me indicou a sala, sinto que essa piranha não gostou da minha cara e só queria que eu fosse embora.
Ao chegar na sala que ficava em um corredor cinza com uma janela no final, dei três batidas fortes na porta e coloquei as mãos para trás.
Quem atendeu a porta foi o Doutor.. Doutor.. Foi o Doutor de dentes ou observador de dentes ou cuidador de dentes. Eu o encarei com um rosto simpático enquanto ele abria a porta, e quando ele abriu o espaço eu entrei e esperei pacientemente por ele no meio da sala.
— Olá senhor dos dentes. — Eu disse balançando minha mão direita ao lado da cabeça em forma de saudação.
— Doutor Phillips. — Ele disse com tom arrogante depois de pigarrear um pouco, ele tinha um sotaque austríaco muito forte. — Sente-se por favor.
Me senti um pouco ofendido, ele não me cumprimentou de volta, mas sentei na cadeira de dentista dele. Ele se voltou para o balcão onde ficava os aparelhos de dentista dele e pegou um negócio para deixar minha boca aberta.
Ele enfiou aquele negócio de plástico na minha boca, o que imediatamente me deixou agoniado pois abriu um corte no meu lábio.
— Então, Eric. Estou vendo que não escovou os dentes hoje não é?
— Esqueci senhor! — Eu disse, mas acho que ele não entendeu por conta daquele aparato na minha boca. — Eu sempre esqueço.
— Sempre mesmo não é? Seus dentes estão amarelos, Eric. Amarelos como o sol amarelos como um campo de trigo.
— Sim senhor! Eu esqueço sempre, o que posso fazer?
— Eric, tenha mais responsabilidade. Possivelmente sua situação está irreversível.
O senhor dos dentes puxou um espelho de mão e me mostrou a situação deplorável que estavam as minhas pérolas da mandíbula.
— Vê esses pontos brancos? São manchas que não vão mais sair, garoto.
— Doutor, com todo respeito, eu não ligo pros meus dentes. Eles caiam todos.
Não obtive resposta, após isso ele usou uma escova automática que girava e sambava na minha boca pra limpar os restos da janta passada.
Logo depois ele me mandou embora, eu pensei que duraria mais tempo mas ao olhar no relógio de bolso eram apenas 10:15, ainda tenho tempo para brincar.
Saí marchando da casa dos dentes ou clínica em direção a Astastheran 16. Na esquina do Parque Semilong, encostado num poste e com um carrinho cheio de jornais, avistei o Gazeta-boy ou vendedor de jornais para os tolos.
Fui na direção dele, tinha o cabelo loiro sujo encaracolado e usava uma boina fofa marrom, também uma camisa social com um suspensório que segurava uma calça jeans surrada, nos pés um sapato velho que possivelmente era do pai dele.
Pela aparência devia ter uns 13 anos. Que triste situação, possivelmente mandado pra família para vender jornais e ganhar um dinheirinho.
— Saudações Gazeta-boy — Eu disse colocando a mão direita no bolso.
— Oi, quer alguma coisa senhor? — Ele disse confuso com o apelido, abaixou-se para pegar um jornal. — Esse é novo, eu peguei hoje antes de todos acordarem!
— Quanto pela gazeta, amiguinho?
— Uma moeda!
— Aqui está. — Disse tirando a moeda da velhinha mendiga cega do bolso e o-entregando, em troca ele me deu o pedaço de papel grande enrolado.
— Deus abençoe o senhor!
Abandonei o Gazeta-boy com uma moedinha, então atravessei Astastheran 16 segurando a gazeta em direção a distribuidora de bebidas.
No coração de metal no pulso marcava 10:24, a distribuidora de bebidas abria às 10:20 em ponto. Lá ficavam os piores dos bêbados velhos arrotantes e nojentos, mas eu nem olhava pra eles. Contanto que não encham-me o saco.
Entrando naquela construção, que possuía dois buracos de entrada, vi as prateleiras com garrafas de álcool e variantes. Como sempre peguei uma garrafa de vodca daquelas pequenas do tamanho da palma da mão.
— Quanto pela garrafa, senhor? — Perguntei, colocando a garrafa no balcão, pro senhor de idade atrás da barreira onde estava cheio de cigarros variados.
— Duas moedas, jovem. — Ele me olhou desconfiado com a idade — Você tem 18 anos?
— Tenho.
— Deixa eu ver seus documentos. — O velhote ordenou, me encarando com indiferença.
— Vamos fazer o seguinte, eu fico com a bebida, você fica com a grana. — Coloquei as moedas no balcão e saí da loja carregando a garrafa e a gazeta, o velho pareceu indignado mas aceitou a oferta, até porque, se ele não aceitasse eu enfiaria o canivete na lateral do pescoço dele e sairia correndo.
Me sentei na mesa do lado de fora da loja, destinada para os velhos beberem uma cachaça e conversarem com os amigos, era a única mesa vazia ali, as outras tinham velhos broxa rindo de suas próprias piadas sem graça.
Abri a garrafa com um abridor embutido na mesa, que tecnológico. E dei um gole na bebida, estou acostumado com o gosto e queimação do álcool.
Abri a gazeta e a primeira notícia pula no meu rosto e me atinge como uma faca, ela dizia:
“Na noite de ontem, um corpo foi encontrado em estado de decomposição em um banheiro público localizado no coração de Londres, mais precisamente na Rua Astastheran 16, na biblioteca pública. O cadáver, identificado como um jovem de aproximadamente 15 anos, foi descoberto por um transeunte que, ao adentrar o banheiro, se deparou com a cena perturbadora. A vítima estava caída ao lado da privada, com várias perfurações no pescoço e uma grande quantidade de sangue espalhada pelo chão. O local estava imundo e com sinais evidentes de violência extrema.
Apesar da gravidade da cena, o caso ainda permanece sem solução. A polícia local trabalha para identificar tanto a vítima quanto o responsável pelo crime. Testemunhas afirmam que nada de suspeito foi observado nas redondezas nas últimas horas, e não há câmeras de segurança no local que possam fornecer pistas sobre o autor do homicídio. As autoridades acreditam que o crime foi cometido por alguém que possuía um ódio profundo pela vítima, dada a brutalidade dos ferimentos e o ambiente assustador encontrado na cena.
De acordo com especialistas forenses, as marcas deixadas no corpo indicam um ataque deliberado e calculado, com um grande esforço para manter a vítima em uma posição vulnerável. Não há indícios de que tenha havido tentativa de roubo ou qualquer outro tipo de motivação evidente. O exame do corpo também revelou que o assassino provavelmente conhecia bem os pontos vitais do corpo humano, já que as perfurações foram direcionadas com precisão nas veias principais.
O mistério em torno desse caso tem gerado grande comoção na comunidade local, especialmente devido à natureza cruel e sem sentido do assassinato. A polícia pede que qualquer pessoa que tenha informações que possam auxiliar nas investigações se apresente, embora, até o momento, não se tenha registrado nenhuma pista substancial que possa levar a uma identificação do culpado.
Com o cenário ainda sem respostas claras, o medo de um possível assassino à solta se espalha pela vizinhança, que aguarda ansiosamente por desenvolvimentos que possam trazer alguma justiça para a vítima e seu enigma.”
A próxima página mostrava o cadáver daquele nerd tipo bichona largado cheio de sangue.
Minha boca se encheu de saliva espumosa, daquelas que saem da boca de cachorro quando estão com raiva.
O calor expandia nas minhas veias e quase me fazia contorcer, que sentimento é esse? Meus punhos estavam tão cerrados que os ossos da mão rangiam, a pressão de raiva quase me quebrava por dentro.
Era como se o mundo ao meu redor desaparecesse, e tudo o que restasse fosse a necessidade insana de.. Violência.

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